Quinta, 18 de Abril de 2024
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Criada pelo Ministro da Aeronáutica Joaquim Pedro Salgado Filho, pelo Aviso nº 57, de 20 de julho de 1944, era a Esquadrilha de Ligação e Observação mais conhecida como a 1ª ELO, a unidade mirim que passou a servir diretamente à Artilharia Divisionária da FEB, sob o comando do General Oswaldo Cordeiro de Farias. Para seu Comandante foi escolhido o Major Aviador João Afonso Fabrício Belloc.

A unidade da Força Aérea Brasileira, tinha o efetivo composto por:
- 11 oficiais aviadores
- 1 intendente
- 1 suboficial
- 8 sargentos mecânicos de avião
- 2 sargentos de rádio
- 8 soldados auxiliares de manutenção
- 10 aeronaves tipo HL Piper Cub, ou L-4 1H na versão militar.


A Missão

A missão recebida pelo Comandante da 1ª ELO, era a de executar vôos isolados sobre a "terra de ninguém" e sobre a própria linha de frente inimiga, em aviões desarmados, tipo HL — Piper Cub, nosso familiar "Teco-Teco", com o objetivo de fazer observação, reconhecimento aéreo e regulagem de tiro, em proveito da Artilharia Divisionária. Eventualmente, o Estado-Maior da 1ª DIE também solicitava ao Major BelIoc missões específicas de reconhecimento, muitas vezes coincidindo com as próprias missões normais da Esquadrilha.

Uma missão de guerra na 1ª ELO tinha a duração média de 1h55m (uma hora e cinquenta e cinco minutos), onde o piloto da FAB e o oficial de artilharia que o acompanhava, como observador, ficavam expostos a Flak alemã leve e pesada, além do perigo de formação de gelo no cone do difusor do carburador, o que, muitas vezes, provocava a parada do motor do pequeno Piper.

Os mecânicos usaram toda a técnica para sanar esta pane. Belloc, diante da deficiência do avião, comunicou ao General Cordeiro de Farias a ocorrência. Estava o prudente Belloc apenas alertando do que poderia acontecer a qualquer momento. O pior não aconteceu. Quando o gelo se acumulava no cone do difusor do carburador, provocando uma parada parcial do motor, o avião começava a perder altura, atingindo mais ou menos altitudes entre 300 e 600 metros, onde a temperatura mais elevada dissolvia o gelo, e o motor voltava a funcionar normalmente. Tudo recomeçava. A missão tinha que ser cumprida. Houve dois casos de parada total, uma com o Cançado e o Elber (FEB), outra com o Fleming e o Iónio (FEB). Pilotos e observadores nada sofreram. Os aviões tiveram suas avarias recuperadas, após os acidentes, pelos dedicados mecânicos da ELO.

O texto acima foi adaptado do livro Senta a Pua, do Brig. Rui Moreira Lima.